Recentemente, assisti um filme com meus filhos que eu havia assistido há quase vinte anos. Um filme velho, segundo eles: Coach Carter, Treino para a vida. Em resumo, o filme conta a história real de um treinador de basquete que muda a vida de alunos de uma região muito pobre dos Estados Unidos.
Pensamos no amor, geralmente, de maneira erótica ou fraterna, mas é só uma forma de entender o amor.
Quando percebemos que um professor se importa com o aprendizado do aluno muito além da nota da prova, mas com o que o aluno vai levar da vida para se tornar um adulto bom, justo e feliz, também estamos falando de amor do professor pelo seu aluno. Mais importante ainda, este amor não se trata de palavras doces e agradáveis, mas de palavras duras, atitudes rígidas para fazer o que é certo pelo motivo certo. Sinto muito, mas não há leveza nisso. Se estiver leve, você está fazendo errado.
Palavra duras não são palavras ruins, mal-educadas ou ofensivas.
Não fazer o que é certo pelo motivo errado, ou fazer o que é errado pelo motivo certo. E sim fazer o que é certo pelo motivo certo. Para isto é preciso de muita coragem, muitas vezes você precisa dobrar a aposta e existe uma probabilidade considerável de você perder. Mas se você ganhar, tenho certeza de que a recompensa será a melhor que você pode ter na vida. Se perder, pode ter que lidar com consequências dolorosas e difíceis, mas você saberá que fez o que deveria ter feito, guiado pelos seus valores e princípios éticos.
Fazer segurança é fazer o certo. Mas você faz pelo motivo certo?
Assim como o treinador Carter, que transcendeu o esporte para moldar vidas, um líder em segurança deve transcender a mera prevenção de acidentes. A segurança, nesse contexto, não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar um objetivo muito maior: o bem-estar integral dos colaboradores e essa integralidade transcende a vida laboral. E a pergunta que importa é: por que você faz segurança?
A história de Carter nos mostra que o amor, muitas vezes, se manifesta em ações duras e diretas. Da mesma forma, a segurança exige firmeza e consistência. Tenha a coragem de tomar decisões impopulares, de interromper atividades que representem um risco, de discordar do senso comum sobre a gestão de segurança mesmo que isso gere resistência.
Mas isso não significa ser intransigente, afinal, a segurança não se negocia, mas negociamos risco.
Quando um líder em segurança age com firmeza, ele está demonstrando um profundo respeito por seus colaboradores. Está dizendo, em essência: "Eu me importo com você e quero que você esteja seguro". Essa mensagem, quando transmitida de forma clara e consistente, cria um ambiente de confiança mútua e fortalece os laços entre as pessoas.
A segurança é sobre regras, padrões, consequências, reconhecimentos e, também, sobre envolvimento, educação e conscientização. Um líder em segurança é um educador, transmite conhecimentos e valores que contribuem para a formação de uma cultura de segurança sólida. Ao envolver os colaboradores na construção de um ambiente de trabalho seguro, o líder está não apenas cumprindo com suas obrigações, mas também inspirando um senso de propósito e pertencimento.
Ao pensar na segurança como um código de valores e princípios, podemos construir um mundo do trabalho em que todos tenham a oportunidade de viver uma vida longa, saudável e produtiva.
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