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  • Foto do escritorEduardo Machado Homem

Você escolheu se importar com a segurança do trabalho?

A pergunta, título deste texto, compreende uma ideia de contemporização, contextualização e até de maturidade. Mas, além disso tudo, pode compreender uma reorientação da própria vida.


As abordagens identificadas por HOP, Segurança 2.0 e Novas Visões trazem para a superfície conceitos antigos, mas que são tremendamente verdadeiros. O principal deles, na minha opinião, está relacionado ao erro.


Compreender e, mais do que isso, aceitar que as pessoas erram e que a abordagens dos gestores sobre os erros faz toda a diferença tem um potencial magnífico de alavancar a cultura de segurança. No entanto, isto só acontecerá quando devidamente aplicado, pois, do contrário, torna-se apenas um discurso bonito e vazio que pode fazer tanto mal quanto qualquer advertência ou demissão.


Eu verdadeiramente acredito que na maior parte dos incidentes as pessoas desejam acertar, isto é, têm a intenção de acertar quando se propõem ou são desafiadas a realizar algo ou atingir um objetivo. E isto inclui líderes e gestores, ou seja, líderes e gestores erram na intenção de acertar.


A mesma contextualização que aplicamos aos erros e desvios operacionais deve ser aplicada àqueles cometidos pelos líderes e gestores. Se não for assim, estamos sendo muito injustos com eles.


Entender o cuidado com as pessoas e a segurança do trabalho como algo atrelado à caráter ou índole é um equívoco. Trata-se mais do desenvolvimento de competências relacionadas à gestão de risco e a escolha por se importar.


Eu já escrevi um texto sobre um filósofo chamado Erich Fromm e seu livro “Ter ou Ser”. Este livro analisa duas formas de viver.


Há o modo orientado ao Ter coisas e pessoas, ou seja, pessoas que orientam a própria vida ao acúmulo de coisas, roupas, carros, casas, bens materiais diversos e, inclusive, pessoas através de relações tóxicas de trabalho, de casamento, de convívio pessoal e em redes sociais. Nas redes sociais se é elevado a uma posição de destaque quanto mais conexões/seguidores (ou amigos) você tiver. Quanto mais bens materiais você possuir, simultaneamente ou não, maior o seu sucesso é avaliado. Uma orientação ao Ter não se importa com o outro, genuinamente. O outro se torna um meio para o acúmulo de coisas.


Há o modo de orientação ao Ser que se caracteriza pelo relacionamento, pela colaboração e pelas experiências que trazem consistência e robustez para a vida pessoal e para a sociedade.


É evidente que não se trata de uma polaridade, isto é, todos nós oscilamos entre uma orientação e outra, mas uma delas prevalece na vida de cada pessoa. No entanto, isto não quer dizer que seja algo imutável, pois pode mudar com o tempo, através da escolha amparada pelo conhecimento.


A escolha por se importar do gestor e do líder da sua organização passa pelo entendimento de conceitos relacionados à disciplina operacional, à percepção do risco, à influência do ambiente e do contexto social no comportamento e à gestão de risco.

Pessoas fazem escolhas inteligentes à partir de informações. Sem informação não há como nos orientar pelo modo Ser de viver, pelo relacionamento virtuoso com outras pessoas, pela colaboração com outras pessoas em prol de objetivos comuns e pelas experiências que elevam a nossa vida e a de outras pessoas.


Cuidado e segurança com as pessoas é sobre isso: Ser.


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