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  • Foto do escritorEduardo Machado Homem

Qual o foco do comportamento: o contexto ou o indivíduo?

As razões das pessoas fazerem o que fazem e da forma que fazem sempre perturbou estudiosos e cientistas. A partir da década de 1920, o estudo do comportamento começou a se tornar mais metodológico e assumir um viés científico baseado na observação, mais do que simplesmente em entendimentos individuais ou subjetivos.

Desta forma, com diferentes abordagens e visões, diversos sociólogos, psicólogos, antropólogos e outros pesquisadores desenvolveram teorias a partir de experimentos sociais que tentaram explicar o comportamento humano. Dentre tantas teorias, as mais conhecidas falam da influência de consequências negativas e positivas sobre o comportamento, do poder da autoridade/obediência, do poder da conformidade, do relacionamento entre as pessoas e do ambiente físico.

Importante aqui é entender que, individualmente, nenhuma dessas teorias esgota o tema do comportamento humano ou pode explicá-lo integralmente, mas é impossível ter algum tipo de compreensão razoável sobre o comportamento sem conhecer todos estes estudiosos e suas contribuições.

É evidente que muito vem sendo estudado sobre o comportamento humano, ainda mais em uma época em que as pessoas estão sob influência de coisas que elas mal compreendem, como as novas tecnologias, as redes sociais, o marketing do consumo e a frivolidade da vaidade profissional, pessoal e coletiva. Além de influenciar o nível de produtividade, de produção e de complexidade dos processos nas organizações através do aumento do consumo, isto tudo insere no ambiente de trabalho uma série de variáveis que não existiam há cerca de 25 anos ou menos.

A popularização da internet no Brasil e do telefone celular, por exemplo, começou perto de 1994. As redes sociais mais conhecidas (twitter, instagram e linkedin) começaram entre 2002 e 2010, portanto, são mais novas do que muitos dos empregados das organizações.

Talvez, mais do que nunca, o meio social, virtual e físico tem influenciado cada vez mais o comportamento do indivíduo. Ainda assim, é importante que prestemos atenção na mudança do comportamento do indivíduo e não do coletivo ao qual ele está inserido.

O livro de Hannah Arendt que introduziu o conceito de “banalidade do mal” descreve como tragédias podem acontecer quando as pessoas decidem em função do contexto e da coletividade, desconsiderando opiniões próprias e valores individuais. Tais tragédias podem assumir proporções ainda maiores quando estas pessoas ocupam posições sociais de prestígio que lhes possibilitariam decidir a partir de valores humanos íntegros, mas escolhem não o fazer em função de medos e receios fáceis de explicar, mas difíceis de justificar e apoiar.

Manter-se neutro em uma situação clara de conflito injusto é o mesmo que tomar o lado da injustiça para si, ou seja, não agir quando, em função de valores humanos, você deveria agir, é como estar de mãos dadas com aquilo que você condena.

Mudanças que ocorrem repentinamente e de maneira acelerada, geralmente, são tragédias ou anabolizadas artificialmente, portanto, prejudiciais. Mudanças positivas são lentas e esta é a natureza das coisas.

A evolução positiva na cultura de segurança de uma organização começará por um indivíduo, um líder, e este trará sua equipe consigo. O apoio para este líder é vital, do contrário, ele vai sucumbir à cultura tóxica e insegura vigente. Novos líderes irão segui-lo e precisarão de apoio e validação de suas escolhas, igualmente.

Uma organização só tem a ganhar quando enaltece e deixa seu apoio em evidência para aqueles líderes que escolhem trilhar a jornada do desenvolvimento da cultura de segurança, pois a lição que as pessoas ao redor poderão aprender é simples e estará à vista de todos.

A lição é que em momentos em que se coloca a cultura de segurança em questionamento e se duvida dos esforços relacionados aos seus benefícios para a organização, a maioria das pessoas se silencia e se conforma. E é justamente quando a organização se posiciona favoravelmente sobre aqueles que decidem começar a mudança, que a mudança, de fato, se inicia.

Em termos de gestão organizacional, o que se pede é que líderes e liderados que se posicionam de maneira positiva e construtiva sobre a cultura de segurança madura e robusta sejam apoiados, reconhecidos e enaltecidos como exemplo para os demais.

Que o seu mês de maio seja magnífico!

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