Historiadores dizem que as piores guerras e batalhas tiveram a religião e o amor como pilares.
Essa afirmação não quer dizer que amor e religião são coisas ruins e precisam ser eliminadas porque causam mal às pessoas, mas significa que é possível produzir os piores resultados mesmo quando você se ampara com as melhores das intenções e razões.
Um certo fanatismo por uma ideia levam aqueles que acreditam nela a ignorarem seus defeitos e a enxergarem tudo e todos que pensam um pouco diferente como um problema a ser eliminado ou excluído.
Isso acontece até o momento em que a ideia é substituída por outra porque parece não produzir mais os mesmos resultados que antes produzia. Às vezes, a ideia é substituída por razões mais simples e mundanas.
É exatamente essa situação que observamos quando nos deparamos e estudamos as origens da Segurança Baseada em Comportamento (BBS), da Curva de Bradley, da metodologia Hearts and Minds, HOP e Safety 2.
Não dá para negar que, mesmo que a Du Pont não seja quem inventou, formulou ou pesquisou profundamente a ideia de Segurança Baseada em Comportamento e o conceito de Cultura de Segurança, foi a Du Pont que disseminou massivamente o tema. Em outras palavras, foi quem chegou com as “boas novas” quando a terra estava arrasada.
Isso tanto é verdade que quando falamos em cultura de segurança ou curva de Bradley, estamos fazendo uma propaganda sutil e gratuita da Du Pont, mesmo que agora a organização se identifique como DSS por ter sido vendida a um fundo de investimento e não pertença mais à Du Pont.
Não é à toa, portanto, que uma nova metodologia tenha sido alçada à favorita para diagnósticos de cultura de segurança: Hearts and Minds. Você pode achar que isso aconteceu porque esta metodologia seja mais didática, o que é verdade, mas tem mais a ver com questões comerciais e com as mudanças no mercado de consultoria em segurança.
Pergunte-se sobre a coincidência da saída da Du Pont do mercado de consultoria e o “crescimento” da metodologia Hearts and Minds no mesmo momento. É bem possível que, no futuro, as duas metodologias desapareçam para que outra surja, afinal existem dezenas de metodologias falando sobre o mesmo assunto: cultura de segurança.
Agora, vamos tratar sobre BBS e HOP. Se diz que BBS, ou Segurança Baseada em Comportamento, é algo ultrapassado e que não se adequa mais à realidade das organizações do século 21. Logo, a solução foi apresentar uma nova “filosofia” carregada de conceitos antigos numa roupagem nova em cuja imagem, colou-se a ideia de que ela está mais adequada à indústria 4.0, século 21, tecnologia, humanização das empresas etc.
Há muitos profissionais de segurança defendendo energicamente que Hearts and Minds é a melhor metodologia para diagnosticar a cultura de segurança. Outros afirmam com certeza inabalável que HOP é a solução para todos os problemas em segurança, ao ponto de deixar o resto em segundo plano. Se tiver coragem, experimente discordar e você se sentirá bombardeado como se estivesse em uma guerra.
Ainda assim, há uma coisa em que ninguém ousou mexer ou mudar: o protagonismo necessário da liderança. Mas não se espante, pois ainda vai aparecer alguém para dizer que a liderança não importa tanto assim. Aliás, minha opinião é que isso já está em gestação e esperando o melhor momento para se mostrar. #culturadesegurança #liderança #comportamentoseguro #percepçãoderisco
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