A vida transborda de exemplos sobre como devemos trabalhar para conscientizar a liderança e o que acontece quando fazemos errado por não prestar atenção nesses exemplos.
Para ensinar uma criança a comer salada, não coloque uma dúzia de folhas de alface, várias fatias de tomate e inúmeras rodelas de cenoura no prato. A criança vai torcer o nariz, trancar a boca e se insistir, a criança vai se irritar. Faça-a experimentar um pedaço de uma pequena folha de alface, um pedacinho de tomate e meia rodela de cenoura temperadas na medida certa. Ela vai se sentir bem porque conseguiu comer, você conseguiu transpor a barreira e, agora, é só aumentar as quantidades aos pouquinhos. Mas tem que comer salada todo dia. E se você, adulto, não gosta de salada, fica a dica. É um hábito.
Se você deseja correr uma maratona, mas não tem o hábito da corrida na sua vida, comece caminhando, depois de 1 mês intercale 1 minuto de corrida com 10 minutos de caminhada, mais tarde aumente o tempo de corrida e diminua o tempo de caminhada, sempre aos poucos. Se resolver sair correndo 5 quilômetros no primeiro dia, você vai fracassar, sentir dores nas articulações, nos músculos e no baço, vai achar que está morrendo por falta de ar e pode se machucar. Também é um hábito.
Não tente fazer uma virada na cultura de segurança em um ano. Vá aos poucos.
Comece entregando a responsabilidade de fazer um DDS por mês para o líder. Provavelmente, os primeiros serão bem ruins, mas você vai elogiar, mesmo assim. Depois de 3 meses, aumente para 2 vezes por mês, até chegar ao ponto de o líder fazer um DDS por semana na área operacional.
Quando o DDS estiver razoável, entre num acordo com o líder para ele fazer uma inspeção de segurança por mês com o técnico de segurança. No começo ele será um mero espectador, mas você dirá que a inspeção foi feita em conjunto. O dia em que o líder observar uma condição insegura, reconheça publicamente.
Quando as inspeções estiverem ocorrendo bem, já será possível pedir para o líder começar a fazer as permissões de trabalho e análise de risco das atividades junto com o técnico de segurança. Você irá treiná-lo e, no início, ele só vai assinar e ficará mudo durante todo o processo. Com o tempo, ele vai começar a dar sugestões e depois de 1 ou 2 anos, talvez ele esteja fazendo as liberações e análises de riscos sozinho.
Não precisa seguir, exatamente, esse roteiro, mas siga essa estratégia de conscientização. Inclua, aos poucos, a organização da SIPAT, a participação na CIPA, revisão de procedimentos de segurança, palestras, treinamentos etc.
Em 2 ou 3 anos, você dirá que, na sua empresa, os líderes fazem DDS, inspeção de segurança, liberam permissão de trabalho, organizam a SIPAT e lideram a CIPA. E todos perguntarão: como você conseguiu? Você vai responder: aos poucos! #segurançadotrabalho #culturadesegurança #liderança
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