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  • Foto do escritorEduardo Machado Homem

Gestão de Contratadas

Há cerca de 15 dias eu fiz uma pesquisa no LinkedIn sobre uma situação hipotética com inspiração em uma situação real relacionada à gestão de terceiros e segurança do trabalho.

O ponto central e conceitual da situação descrita na pesquisa está no dilema de entender em que momento termina o processo de gestão de suprimentos com o processo concorrencial e onde começa a gestão de terceiros a partir da efetivação do contrato entre prestadora de serviço contratada e cliente contratante. Mais do que isso: como um processo influencia e suporta o outro?

Para ajudar na reflexão, descreverei uma história que um gerente industrial me contou há alguns anos.

Uma empresa tinha um cavalo e a estratégia corporativa para o ano era reduzir custos. Para isso, decidiram reduzir a ração do animal em 3%. Rapidamente, perceberam que o cavalo continuou trabalhando e sem perder a produtividade. No ano seguinte, perceberam que poderiam reduzir a ração mais um pouco, afinal o cavalo tinha tido uma boa performance e, talvez, poderiam estar dando mais ração do que o necessário para a sobrevivência do animal. E assim aconteceu ano após ano, isto é, reduções anuais da quantidade de ração. Mas a empresa não teve sorte, pois justo quando o cavalo estava acostumando-se a ficar sem ração, o animal morreu de fome.

Por mais idealista que sejamos sobre segurança e cuidado com a vida, sabemos que disponibilizar EPIs de qualidade, uniformes adequados, treinamentos constantes, boas ferramentas de trabalho, transporte seguro e assim por diante, custam caro e precisam de investimento constante. O mesmo preço que uma grande corporação paga por esses bens materiais e treinamentos, a prestadora de serviço também paga.

Além disso, não espere que aquilo que está no contrato ou no escopo técnico seja cumprido se não houver condições razoáveis para isso e fiscalização do contrato. Não podemos esperar que os gestores da prestadora de serviço terão atitudes alinhadas com o nível de segurança desejado.

Um exemplo banal relacionado à pesquisa que eu fiz: se uma prestadora de serviço vai deslocar 40 pessoas do seu estado de origem, a 900km de distância do cliente, em um ônibus, entenda que essa viagem levará, no mínimo, 12 horas, sem considerar paradas para refeição e descanso do motorista. Portanto, se o ônibus deve viajar apenas durante o dia porque tem apenas 1 motorista, o ônibus precisa sair com 1 ou 2 dias de antecedência e talvez pernoitar em alguma cidade pelo caminho.

Agora, se você entende que isso é uma decisão da prestadora de serviço e que o cliente não deve se intrometer pois o vínculo com os empregados da empresa contratada começa apenas após a integração, você não entendeu nada sobre “CUIDADO”.

E por que isso é importante? Porque uma postura vigilante e ativa sobre a gestão de contratadas teria evitado a morte de 11 trabalhadores. #segurança do trabalho #culturadesegurança #liderança #percepçãoderisco

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