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Foto do escritorEduardo Machado Homem

Em segurança, mais coisas dão errado ou certo?

Eduardo em um fundo cinza com a frase ao lado: em segurança, mais coisas dão certo ou errado?

Para conseguir responder à pergunta se mais coisas dão errado ou certo, é necessário, primeiro, definir o que significa “dar certo”. Dar certo significa não ter acidente? Dar certo significa conseguir alcançar o resultado de uma tarefa? E o que significa “alcançar o resultado de uma tarefa”?


São muitas perguntas que acabam fazendo com que nós percamos o foco daquilo que importa: evitar com que as pessoas se machuquem. Você tem que considerar que, em algum momento, isso não será possível e para quando isso acontecer é essencial que se trabalhe para que as lesões sejam mínimas através de gestão, do envolvimento das pessoas, controle de riscos e aprendizado que, no passado, foi traduzido como melhoria contínua ou PDCA.


Como a segurança como valor no desenvolvimento da cultura pode ajudar? Estamos numa época do utilitarismo, ou seja, o objetivo intrínseco de uma iniciativa não é suficiente e é preciso associar outros ganhos para que a iniciativa seja considerada válida.


Contrariamente, é vital que se entenda a segurança como algo que não depende de sua utilidade, ou seja, basta garantir a integridade das pessoas para que faça sentido, sem precisar associar a segurança com produtividade, redução de custo e assim por diante.


Tudo bem que estes possam ser resultados colaterais do investimento em segurança, mas não pode ser o foco. Ter a segurança como um valor é sobre isso.


Se isso estiver plenamente entendido, vamos perceber que aquilo que aparentemente deu certo quando nenhum acidente aconteceu pode, na realidade, esconder muitos desvios. E assumir que o que dá errado normalmente é a pequena parte do que ocorre no trabalho é perigoso na medida que entendemos o “errado” como sendo o acidente.


Pense no resultado desejado de uma tarefa como sendo um alvo e o que se deseja alcançar é o centro deste alvo, como numa competição de tiro ao alvo. O “acerto” é conseguir colocar sua flecha no centro do alvo e o erro é colocar a sua flecha em qualquer outro lugar do alvo que não o centro. Ou seja, é possível falhar de muitas maneiras diferentes, mas existe somente um modo de acertar.


Quando se escolhe dar certo desde o início, ou seja, quando se escolhe colocar a flecha no alvo, quando se escolhe, desde o início, concluir a tarefa com sucesso e com a integridade das pessoas garantida, seus processos, seus sistemas, seus procedimentos, suas regras apontarão nesse sentido: o centro do alvo, dar certo, não ter acidente.


No entanto, se a escolha da organização for qualquer coisa diferente disso, acertará naquilo que dá errado. E a organização faz isso quando escolhe negociar com a integridade das pessoas em função de custo, produtividade, produção ou qualquer outro critério. Ou seja, escolhe considerar tudo aquilo pelo qual a segurança deveria ser útil ao invés de considerar a segurança pelo resultado único que lhe interessa: a integridade das pessoas.


Desenvolver um Sistema de Gestão, engajar a liderança, conscientizar pessoas e elevar a Cultura de Segurança são as iniciativas mais efetivas para desenvolver um contexto organizacional que não mire no desvio, no erro, no incidente e no acidente desde o início.

1 comentário

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Guest
Oct 01
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Ótimo texto!

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