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  • Foto do escritorEduardo Machado Homem

A importância da média liderança na segurança.

Na minha jornada como gestor de segurança e, também, como consultor na Do Safety, vivi experiências diversas. Algumas dessas experiências são comuns à muitas organizações e se repetem naquelas que, apesar de investirem pesado em proteções, condições físicas, treinamentos e em implementação de ferramentas de gestão de segurança e de risco, ainda experimentam o receio de terem que lidar com a investigação, análise e consequências de um evento grave ou de alto potencial.

Esse receio se coloca não apenas pela questão do cuidado e da empatia pelo mal que pode acontecer à uma vítima de acidente e sua família, mas também pela própria empregabilidade dos gestores envolvidos. Nenhum profissional de segurança deseja estar na posição de gestor do processo quando um acidente grave acontece. Infelizmente, em algumas empresas, a responsabilidade da liderança ainda recai sobre o gestor de segurança.

Em geral, a preocupação com eventos de alto potencial se dá através da ocorrência de acidentes leves que, apesar do potencial de afastamento, geram, no máximo, atendimento de primeiros socorros e as vítimas voltam ao trabalho em seguida sem qualquer consequência relevante para a integridade da pessoa ou para a continuidade das atividades e dos processos.

Uma sequência destes acidentes leves acontece e u m sinal de preocupação acende para as lideranças. A organização precisa agir!

Para esse momento eu costumo fazer uma analogia com uma criança que acorda de madrugada com uma febre leve e chorando.

Não é razoável pegar uma criança e levar a um pronto-socorro durante a madrugada, ainda mais, por causa de uma febre baixa. O que qualquer pediatra indica numa situação como esta, caso nenhum outro sintoma se apresente, é dar um antitérmico, esperar o efeito do remédio e colocar a criança para dormir. No dia seguinte, leve a criança ao pediatra para exames mais detalhados e um tratamento mais assertivo.

Voltando à situação dos acidentes leves, a organização precisa dar uma resposta rápida para contenção do problema apresentado, ou seja, precisamos evitar que algo mais grave aconteça agora. Para isso, a estratégia que temos na mão é dedicar um esforço pontual sobre a média liderança no sentido de estabelecer um monitoramento constante e intenso sobre as equipes, focando nas causas identificadas nos acidentes, em condições físicas e nos reportes de riscos feitos pela própria operação.

Porém, esta ação tem efeito com prazo de validade curto. Este monitoramento constante e intenso por longo prazo compromete o clima organizacional e estressa líderes e liderados. É importante pessoal pensar em uma estratégia de médio e longo prazo para entender quais aspectos e fundamentos da cultura de segurança estão comprometidos e permitindo que eventos leves e de alto potencial continuem acontecendo. Esta avaliação pode ser feita de inúmeras formas, mas a mais recomendada é o diagnóstico de cultura de segurança que envolva líderes, liderados, sistema de gestão, condições físicas e contextos operacionais e organizacionais.

Com um diagnóstico assim em mãos, o gestor de segurança conseguirá com apoio e participação de todos, desenhar uma estratégia de curto, médio e longo prazo que sustentará de forma perene os resultados em segurança.

Além de demonstrar o cuidado com as pessoas, o gestor de segurança possibilitará que líderes e liderados cuidem um dos outros, suportará a estratégia de preservação da integridade física e mental de todos, sem falar do próprio reconhecimento como um profissional que agrega valor ao resultado do negócio.

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