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A excelência em segurança do trabalho, indicadores reativos e proativos.

Atualizado: 21 de jul. de 2023

Será que para atingir a excelência em segurança do trabalho devemos nos guiar apenas por indicadores proativos e não pelos indicadores reativos? Ou seria uma mescla dos dois?


Pensar que a medição da gestão de segurança deva ser feita apenas por indicadores proativos e relacionados ao próprio sistema e seus processos é o mesmo que dizer que devemos fazer segurança em função dela mesma. O resultado esperado ao longo do tempo é que as pessoas estejam mais seguras e, se nesta jornada dentro dos processos e da gestão de segurança, as pessoas estiverem sendo lesionadas, há algo muito errado.


Em resumo, há de se guiar pelos indicadores proativos, mas se seus indicadores reativos não estiverem melhorando, reveja os indicadores proativos que são monitorados. Eles estão sendo medidos de forma equivocada.


É evidente que você deve se preocupar com a transparência do reporte dos indicadores reativos, afinal não se deseja que exista subnotificação.


Existe uma crença muito forte no meio corporativo de que é possível fazer de tudo e com nível de excelência. Nas empresas, a operação precisa entregar baixo custo, recordes de produção, qualidade excelente, zero hora extra, manutenção de classe mundial, projeto com start-up vertical, empregados felizes, preservar meio ambiente, aumentar os lucros todo ano e manter zero acidente. Haja fôlego!


Acredito que seja, em parte, possível alcançar todos esses resultados, mas eu me pergunto a que custo. Se olhar mais de perto, com certeza você perceberá que alguma coisa foi deixada de lado ou empurrada sob o tapete. No final, restam pessoas e empresas doentes e ansiosas. E as áreas de suporte, como a segurança do trabalho, não escapam desse contexto.


É possível ser excelente em todas as práticas relacionadas à gestão de segurança? É saudável perseguir essa excelência? Eu acredito que não.

Mais do que excelente, creio que é mais importante ser efetivo naquilo que faz. É preciso ser inteligente e usar a gestão de risco a seu favor. Faça uma matriz de contribuição versus esforço para avaliar quais práticas merecem foco intenso e diário. Você provavelmente descobrirá um clássico da gestão de resultados: 20% das ferramentas de gestão garantem 80% do seu resultado. Além disso, deve perceber que práticas como análise de risco de tarefa, bloqueio de energias perigosas e inspeções estão entre estes 20%.


Eu não quero sugerir que se abandone aquelas práticas que parecem não contribuir para os resultados de segurança de maneira consistente. Dedique o esforço necessário para cada ferramenta de segurança se manter usual e escolha aquelas cinco práticas especiais que receberão um nível de foco e esforço extraordinários. Por foco e esforço entenda treinamento, orientação, inspeção, auditoria e busca de melhores práticas.


A minha experiência mostra que é provável que três dessas cinco práticas especiais sejam a análise de risco de tarefa, permissão de trabalho e bloqueio de energias perigosas. Mas não é uma verdade absoluta, você pode concluir diferente na sua empresa.


Outra sugestão é estabelecer uma postura de tolerância zero para o desvio em algumas atitudes como uso de epi, mas lembre-se que tolerância zero não significa ignorância máxima. Não caia na tentação de estabelecer uma dúzia de regras de ouro e sair buscando oportunidades de aplicação de advertência, pois se acaba caindo na injustiça e na generalização que banaliza.


A mensagem final é a seguinte: cuidado para, na busca da famigerada excelência, acabar por estressar a gestão de segurança e banalizar práticas que são importantes.


Se gostou, deixe seu comentário. Conte sua experiência.


Uma boa semana para você!

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