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  • Foto do escritorEduardo Machado Homem

A Gestão de Segurança na Era da Informação

Hoje, na imensa maioria das organizações, as análises de riscos, bloqueios de energias e permissões de trabalho são feitas no papel, a mão, com caneta e precisa de diversas assinaturas. Afinal, precisamos da evidência. É o papel que nos garante que o padrão foi seguido e que a atividade será realizada de forma segura.

Proponha-se um desafio.


Avalie a execução dos padrões de análise de riscos, bloqueio de energia e permissão de trabalho. Para diversas tarefas, das mais simples até as mais complexas, faça a medição do tempo que leva para:


1. Avaliar o risco: quais, onde e como;

2. Implementar os controles: quais, onde e como;

3. Orientar as pessoas e liberar o início da atividade;

4. Preencher todos os papéis.


É muito provável que o item 4 de preencher os papéis esteja levando mais tempo dos que as outras 3 primeiras etapas somadas.


Para inverter isso, ou seja, o preenchimento dos papéis deixar de ser o gargalo, dois compromissos precisam ser estabelecidos:


- Confiar no conhecimento e nas habilidades das pessoas;

- Saber que as pessoas querem fazer o que é correto.


Agora, desafie-se a permitir que os usuários dos padrões de análise de risco e permissão de trabalho desenvolvam uma nova forma para esses padrões e um novo fluxo de liberação. A realidade atual do nosso mundo diz que você irá se surpreender com o nível de eficácia e eficiência que será obtido.


Veja o exemplo das nossas eleições.


As eleições de 2018 foram pautadas por mídias sociais e aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp. Perceba o fato de que alguns candidatos que mais receberam votos não tiveram, necessariamente, maior tempo de televisão e maior quantidade de dinheiro disponível, muito pelo contrário. Não acredito que seja possível tomar a televisão como algo sem importância nesse processo, afinal ela ocupa um dos principais locais na casa das pessoas: a sala de estar. Mas no futuro, talvez.


Isso chama atenção para o poder de sinergia existente entre dois fatores: a influência que a comunicação rápida tem sobre as pessoas e o desejo por algo que beneficie aqueles que fazem a divulgação da informação.


Nos informamos sobre política, economia, celebridades e outros temas através da internet, on-line e gratuitamente. Jornais e revistas impressas estão, cada vez mais, com uma demanda reduzida. Ainda assim, a produção de papel aumenta a cada ano. Pesquisadores afirmam que isso acontece porque o papel é mais fácil de manusear, carregar e apresentar. A tecnologia torna fácil a transferência de arquivos eletrônicos para o papel, mas o contrário não é tão verdadeiro.


Essa é a nossa atualidade e é o contexto em que vivemos.


Ainda lemos um comunicado em papel colocado em um quadro de avisos. No entanto, recentemente percebi a forma marginal e eficaz que mensagens eletrônicas influenciam a comunicação em uma organização. Um comunicado de abertura de vaga interna foi colocado no quadro, um empregado viu, tirou uma foto e enviou para o grupo de WhatsApp dos colegas da sua área. Em menos de 15 minutos, o encaminhamento da mensagem já tinha alcançado todas as áreas da empresa. A maior parte das pessoas não foi até o quadro, viram o aviso na tela do celular.


Perceba que o ponto importante não é a tecnologia em si, mas a mudança no contexto das pessoas e como isso influencia a vida de todos. Implementar um software ou aplicativo para fazer a gestão de reporte de incidentes e para registar observações/abordagens comportamentais não significa que sua empresa está alinhada com os tempos atuais. Se não agregar agilidade na solução dos problemas, é apenas mais uma burocracia. Usar óculos 3D em treinamentos, EAD ou jogos é tão “velho” quanto a sala de aula com palestrante se o engajamento e resultado prático não estiver conectado com a realidade dos empregados através da andragogia.


A inovação não está no hardware, mas na disrupção da forma e do método de se atingir um objetivo e que pode levar a um novo hardware. Quem desenvolveu o tablet e o smartphone não sabia o que eram esses dispositivos. Um novo conceito e forma de interagir e usar a informação foi imaginado. A tecnologia física foi desenvolvida após o surgimento do novo conceito. Na Era da Informação a vantagem está na aplicação do conhecimento e o poder está nas mãos das pessoas que possuem esse conhecimento. A capacidade criativa e pensante é o que determina o sucesso das pessoas e não a capacidade de reproduzir o que já foi feito.


Os profissionais de segurança e meio ambiente tem o conhecimento e o aplicam da forma que melhor entendem. Para ter o poder de guiar e orientar as organizações na direção do comportamento seguro, da liderança comprometida e do sistema de gestão efetivo é preciso pensar e ser criativo. Fazer o que já foi feito da forma que sempre foi feito não possibilita um bom pensamento e a alta criatividade.

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