Uma cultura de segurança forte consiste, basicamente, de valores e prioridades vividos e praticados na forma de comportamentos e atitudes.
Há um sentimento claro de responsabilização individual e coletiva pela integridade física e mental de todos, isto é, um compromisso que está muito além da definição de cargo e função, de procedimentos e regras. Em um ambiente assim, intervir nas atividades e tarefas de outras pessoas não é um dilema.
Entenda "intervir" de uma maneira ampla e muito abrangente. Intervir tem que significar muito mais do que interromper uma tarefa, mas sugerir e participar do estudo e do consequente aprendizado em torno de uma análise de tempos, métodos e riscos, por exemplo.
Para a construção de um ambiente em que a cultura de segurança é algo que se confunde com a cultura organizacional de forma amistosa e fluida, é necessário estratégia, atitude e inteligência.
Estratégia servirá para lhe guiar em esforços e ações ao longo do tempo, pois a evolução é lenta e os ganhos são incrementais. Desconfie de qualquer coisa que prometa mudanças repentinas e rápidas.
A Atitude ajudará a manter a direção virtuosa nas situações críticas em que você será desafiada ou desafiado para mostrar a rigidez dos seus valores e propósitos.
A Inteligência vai lhe ajudar a decidir de forma justa sobre quando implementar padrões de risco, sobre como e no que treinar as pessoas e sobre como orientar aqueles e aquelas que estão com você.
Em uma trajetória típica no desenvolvimento da cultura de segurança, uma empresa começa pelo foco em comunicação e sensibilização. Há um paradigma inicial que favorece a interpretação de que bastará falar sobre o que se espera e as pessoas agirão dessa forma.
Numa etapa posterior, geralmente, a empresa busca tratar os riscos com procedimentos, treinamentos e programas de reconhecimento e sanção. Nesse momento, o apoio técnico especializado é vital para os gestores de áreas operacionais. Padrões serão revistos considerando a prevenção de perdas, a eliminação de riscos e a maneira certa de fazer algo terá prioridade sobre pressões de produção. Aos poucos se percebe que o problema é um pouco mais profundo e envolve o quanto a liderança deseja sair de sua zona de conforto para lidar com todas as relações de perdas e ganhos de um processo direcionado para a priorização da produtividade e do resultado de curto prazo.
Ao final, percebe-se que a liderança tem um papel primordial e as equipes de segurança buscam se aproximar da liderança para entender como guiá-los na jornada para que eles se tornem mais que líderes: líderes em segurança. É aqui que, em alguns momentos especiais, percebe-se que a produção não precisa sofrer com a priorização da segurança, mas é reforçada devido ao nível de excelência desenvolvido. Não existirá mais “fazer com segurança”. Existirá apenas “fazer certo”.
Os fatores críticos de sucesso a partir de agora será o comprometimento da liderança sênior, a evolução contínua do sistema de gestão, a motivação todo o tempo, a construção da confiança entre as pessoas, o desenvolvimento da excelência em segurança, a construção de uma visão de empresa segura, o alinhamento de objetivos, a definição formal de responsabilidades, a implementação de indicadores proativos e uma filosofia de reconhecimento das contribuições individuais e coletivas.
Profissional de SSMA, o comprometimento não virá enquanto você espera por isso. O compromisso com SSMA significa, também, um compromisso com você. Esse compromisso vem do seu relacionamento com os gestores e, principalmente, da sua aliança com o líder sênior. Seres humanos são sociais e apoiam causas não somente pela identificação com as causas, mas também com as pessoas que seguram a bandeira. Se você tem amigos, você sabe como construir essas alianças e relacionamentos.
Importante: não se esqueça de celebrar os pequenos e os grandes sucessos. Todos precisam ver seus esforços recompensados e isso dá sentido às pessoas.