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Planejando a Cultura de Segurança

Atualizado: 7 de out. de 2022

É um senso comum pensar que nós, os brasileiros, não planejamos suficientemente nossas ações e gostamos de começar um projeto ou atividade pela execução. Não faltam críticas sobre como deveríamos usar melhor nosso tempo planejando para garantir que tudo seja bem feito na primeira vez.


Em geral, a falta de planejamento leva ao retrabalho, ao desperdício de recursos e à disseminação da cultura do herói, aquela pessoa que não planeja, mas já sabe como fazer e faz. Se der certo, mérito da pessoa, se não der certo, devemos investigar as causas. Pode parecer irônico, mas acontece.


Assistindo um debate entre um historiador e um executivo, me foi apresentada uma sugestão das razões desse tipo de coisa acontecer da forma que acontece. A conclusão, em resumo, chegou até a época da escravidão. Entre os dias atuais e o fim da escravidão, temos apenas 4 ou 5 gerações, pouco tempo para que traços culturais da sociedade sejam renovados. Remover da nossa cultura algo que esteve presente por quase 400 anos não é simples. Era a época de fazer o que era mandado, fazer ou sofrer as consequências. Fazer, não pensar. Era a época dos capatazes. Ainda existem organizações geridas assim.


Na minha opinião, a única saída para essa situação é disseminar conhecimento. Quando as pessoas recebem conhecimento, o aplicam em coisas concretas e percebem o resultado de suas ações, algo muda no contexto delas. As pessoas começam a entender que a sua influência sobre o objetivo é real. Ela começa a entender que não está ali apenas para executar e percebe que se pensar antes de executar pode dedicar menos esforço, menos tempo e ainda assim fazer melhor. A internet, as mídias sociais, jornais online, blogs diversos e aplicativos de comunicação instantânea potencializam esse acesso ao conhecimento e à informação.


Mas há um “problema”. Pessoas conscientes questionam mais e gestores, às vezes, não estão preparados para serem questionados e desafiados pelos seus liderados. Me parece que devemos mostrar para as pessoas que elas devem e podem planejar, mas antes devemos preparar os gestores para serem questionados, desafiados por aqueles que são seus subordinados. E isso vai além, pois o gestor pode ter que rever sua opinião, seu método, sua razão e toda a sua experiência.


Devemos ser justos. Aquele gestor foi treinado para ser capataz e agora ele deve ser o professor que guia e lidera, não aquele que ´o detentor do conhecimento e precisar ensinar seus súditos.


Sem orientação, esse gestor se perde. Um treinamento de 8 horas não resolve. É preciso que a equipe de segurança e o RH sejam facilitadores do desenvolvimento dos gestores.


Finalmente, acho que podemos desenvolver uma linha de raciocínio semelhante para a corrupção que vemos em nosso país. Vamos pensar sobre isso e perceber o nosso lugar na mudança que queremos ver, tanto no país quanto na nossa empresa.


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